Resenha: Sweet Tooth – Exército Animal (12-16)

Bom, o negócio está totalmente alucinante nessa história. Com um primeiro volume essencialmente não-verbal, nesse encadernado, é mais uma prova do quão visual é o traço e a personificação de cada personagem.

A essa altura já estamos, pois, muito familiarizado com o Gus (o especial menino híbrido) e o sr. Jepperd (o herói não-politizado)!

Nesse volume foi pura ação! Ainda assim o roteirista abriu espaço para – mesmo que de uma forma pouco aprofundada – contar as motivações básicas de cada algoz da trama. Todos têm, como se sabe, um motivo especial para agir da forma que agem e se apegarem tanto em suas lógicas e crenças particulares.

Bom, o plano de fuga dos meninos híbridos é incentivado por um personagem que outrora foi muito importante no volume passado. De toda forma, são muitos os engajamentos e eu tenho certeza que há muita água para rolar nesse rio chamado SWEET TOOTH.

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As revelações foram estilo punk, se é que eu posso considerar assim. Sem dar spoilers, posso dizer que não seguiu nenhuma linha óbvia, sob qualquer perspectiva, aliás. Foi surpreendente e no timing perfeito.

A violência – agora ainda mais um personagem na história dos personagens – foi tão forte que me parece óbvio que as coisas só piorarão. Espancamento e morte seguirão em linha reta, não duvido.

st7Sério, mal dá para destacar o destaque desse encadernado. Não sei se as novas revelações sobre o “nascimento” (ou não) do menino, se o exército animal que pelas circunstâncias se formou, se a traição de um dos personagens ou a revelação sobre o passado de um deles é que foi mais importante.

Minhas esperanças com relação a Sweet Tooth estão altíssimas, é minha conclusão. Há tanta coisa já explicada e também tanta coisa por vir que em nenhum momento o leitor se sente enrolado, levado à frente com apenas promessas e reviravoltas sem sentido. Não! O caso aqui é totalmente outro. Há, sem dúvida, um roteiro denso e intrincado que faz gosto acompanhar.

Mas devo confessar: começo a economizar, para não acabar tão rápido. 🙂

P.S.: 4 estrelas

Resenha: Sweet Tooth – CATIVEIRO (6-11)

Bom, o encadernado já desmitifica, de imediato, uma questão bastante importante: não há reserva nenhuma! Há, sim, um Acampamento da Milícia.

Isso era um dúvida particular, na verdade. Eu realmente achava que naquele caos de sociedade pudesse realmente haver um grupo que tentasse proteger os híbridos, mas não há nem nunca houve. Sabe, era uma esperança… mas já está jogada por terra e a realidade é aquilo lá: um por ninguém e todos por nenhum.

Embora, eu saiba, a coisa toda está para mudar, como indica o final do enredo.

Outra esperança antiga que já nesse encadernado foi colocada por água abaixo é a questão do apocalipse. Eu acreditava que essa pudesse ser uma pista falsa e logo tinha associado ao termo à história bíblica. Bom, a questão aqui é diferente – embora haja, ainda, muita referência a Deus, o bom e o mau -, pois trata-se de um surto de doença que acometeu a sociedade rapidamente.

A maioria das pessoas já morreu, e os sobreviventes que ainda não morreram já têm a certeza dentro de si de que falta pouco. A praga, afinal, contamina a todos (exceto os híbridos) e nãos e sabe se pela água ou ar.

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Embora pouco ainda se saiba de parte da trama, muita coisa foi esclarecedora nesse volume que compreende as partes 6 a 11. Sério, ficou muito claro do porque os híbridos são rentáveis para alguns “caçadores de recompensa”, o que as autoridades querem com essas crianças e porque parecia um problema que o Gus (Sweet Tooth) tivesse nove anos.

Pouco a pouco a trama foi se adensando, nesse volume. Muita cena do passado, trazida como lembrança, fez com que as peças pouco a pouco se ajustassem!

st5O Sr. Jepperd, por exemplo, já se destacou nesse volume como um personagem totalmente esférico, cheio de possibilidades e de carga emocional que pode ser explorada das formas mais intensas possíveis; para o bem e para o mal. Acompanhar a opção e as principais motivações do personagem o tornou tão humanizado que é muito natural não por, sobre ele, nenhum tipo de julgamento.

Aliás, eu já esperava que houvesse uma razão norteadora para o que ele fez no final do primeiro encadernado. Era, afinal, muito cedo para ter alguma antipatia pelo personagem.

Com o maior conhecimento que temos dele no segundo encadernado, o aprofundamento da sensibilidade no quadrinho é ainda maior que a primeira experiência. É tudo muito denso e tocante, ao mesmo tempo. Fora que o traço continua surpreendendo, com as sobras que distorcem, a tristeza que deforma, enfim… Vou esperando cada vez mais da história.

Você pode saber mais do enredo, opiniões e preço aqui.

P.S.: 4 estrelas

Resenha: Sweet Tooth (vol. 1) – SAINDO DA MATA (1-5)

Então, eu li Sweet Tooth…

Há tanto tempo eu queria ler essa história e, finalmente, a oportunidade bateu à porta!

A história é centrada no Gus, que é um menino de nove anos – o que parece impossível, aliás! – híbrido de humano com alce. Logo no primeiro volume nos é apresentado todo o pano de fundo da criação do Gus. Nós sabemos que a mãe está morta e o garoto pouco se lembra dela, o pai é bastante controlador visando (ao que parece) o bem estar e a sobrevivência do menino e…

Bom, isso é tudo o que o Sweet Tooth conhece.

Pelo menos no primeiro volume, que é o pano de fundo para o que acontecerá nos decorrentes. Então logo o menino se vê sozinho no mundo e com uma série de recomendações paternas sobre o que fazer e, principalmente, o que NUNCA fazer, como por exemplo sair da mata.

Pelo título do encadernado, fica claro para nós que não é exatamente isso que vai acontecer. Mais por necessidade que por vontade, e dotado de um instinto de sobrevivência novo e necessário é que o menino decide ir além do que conhecia. Tudo isso com o auxílio do Sr. Shepperd, que de repente decide o ajudar, e na intenção de chegar à Reserva.

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Pouco nós ficamos sabendo sobre a Reserva, ainda. Exceto que se trata de um lugar onde as crianças híbridas são protegidas do que quer que assole a humanidade. Está bastante evidente, afinal, que a sociedade está vivendo um caos; há uma praga (um vírus?) que mata todos os humanos aos poucos – levando dias ou meses – e apenas essas crianças híbridas estão imunes, há uma caça, inclusive, a estas crianças e há um mistério circundando os cenários e atitudes de todos.

st3Nos falta, afinal, uma explicação de como aquele mundo chegou no estado onde está. Ao menos eu acho que isso seja realmente relevante na história e merecerá ser explicado em enredos posteriores.

st1Enfim, o cenário pós-apocalíptico é ainda um mistério para mim. Trata-se mesmo do Apocalipse – muito se fala de Deus, no primeiro volume – ou é uma pista falsa? Seja como for, estou curioso para continuar e desvendar mais dessa trama.

O traço é pesado, quase como um rascunho, o que me parece o ideal, inclusive. A linguagem e acontecimentos também são muito maduros e densos! A mim, pareceu ideal. A trama é concisa, o encadeamento é elaborado e a sensibilidade nunca soa forçada, mas uma consequência do que a gente compra como verdade ao acompanhar a saga do Gus e Sr. Shepperd.

Bom, o final a mim não foi surpreendente. Havia referências o tempo inteiro de que aquilo pudesse acontecer, o que acredito que foi feito de forma consciente pelo roteirista. Tudo isso só reforçou em mim a certeza de que a saga não é centrada em reviravoltas e ações inesperadas, mas na própria história – que parece ter muito a dizer.

P.S.: 4 estrelas

Resenha: Ms. Marvel #5 e #6

Continuando a confusão – ou missão – da última edição, a Ms. Marvel perdeu, exatamente como deveria ser. Foi bom, eu diria. Para ela adquirir um senso de responsabilidade e consciência.

Humildade, quem sabe. 🙂

O volume 5 foi, depois, uma sequência de “treinamentos”. Contando com a ajuda de Bruno, até agora o único que realmente sabe sobre a nova identidade de Kemala Khan, a garota testou suas possibilidades e fraquezas, numa sequência de cenas que muito me lembrou o primeiro Homem-aranha, com Toby Mcguire.

Foi um volume mais pé no chão, eu diria. Mas um pouco monótono, também. Embora eu saiba que muita coisa ainda pode vir do inventor e sua espécie de gangue (na maioria de idiotas-clichês), não consigo comprar a ideia do novo vilão que se forma. Fora que a preparação boba – que é aceitável – desembocou numa versão ruim de luta. Foi muito fácil, esperava mais.

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O volume seis, no entanto, trouxe um pouco mais de fôlego à trama.

Agora jurada de vingança pelo inventor e seus comparsas, a Ms. Marvel passou a ser perseguida por robôs que estão caçando-a por Nova Jersey. Foi um pouco legal, mas duas coisas me incomodaram muito nesse volume.

Em primeiro lugar foi o traço, completamente diferente dos anteriores! Estava na cara que foi feito por outo grafista. Isso deixou um pouco descaracterizado, acredito.

E em segundo ponto, o que mais me irritou nesse capítulo foi o vilão. Como previsto, não era nem um bom tipo nem uma boa opção. É demasiado cômico para ser levado a sério dentro da história. Sério, um capa com cabeça de calopsita deve mesmo ser considerado em algum nível ainda que rasteiro?

Ridículo! A cena em que ele explica seu plano, sua mente, seu lugar, foi simplesmente um saco. Li bem superficialmente, só porque me parece necessário para os próximos enredos, mas pouco me agrada. Por mim esse vilão pode ser superado e pode vir o próximo, com uma embasamento mais forte, um conceito mais consistente, uma criação mais definida.

O cabeça de pássaro foi uma decepção, já como eu previra.

Por fim, quem salvou mesmo o volume 6 de ser o pior até agora foi o Wolverine, que como prenunciava a capa e não dei atenção (nenhuma capa tinha a ver com a história, até agora!) realmente participa da missão. Inclusive, uma curiosidade sobre o herói é revelada no meio do enredo – talvez não seja novidade para quem já acompanha o personagem em outros quadrinhos!!!

De todo modo, a entrada do Wolverine primeiro rendeu cenas hilárias, com a Ms. Marvel falando sobre suas fanfics e sendo toda deslumbrada com a oportunidade de conhecer mais um de seus muitos ídolos com poderes; depois a história caminhou para algo mais decente, terminando, por fim, com  mais uma surpresa não muito agradável e meio bizarra.

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Está começando a  ficar cansativo…

P.S.: 3 estrelas 

Resenha: Ms. Marvel #3 e #4

Bom, o terceiro volume foi de consolidação da história, eu diria. Continua sendo cedo para esperar maturidade do enredo, porque, claro, é o princípio da história.

Entretanto, gostei bem mais dessa história. O volume traz o deslumbre de uma adolescente de 17 anos, nesse caso Kamala Khan, e seus embates pessoais em lidar com tudo o que é novo e também as consequência desse bônus.

A briga com os pais, os valores, o melhor amigo, tudo é discutido e meio que colocado à prova, ainda que só na mente da garota. Nesse volume é também explicitado a polimorfia, que é basicamente a essência do seu poder, e como vai tornando-se natural a consciência dela sobre quem quer parecer.

Fica claro que a identidade da antiga Ms. Marvel, no entanto, era não uma sentença irremediável sobre ela, mas algo que pode ser controlado e até escolhido. Esse é, sem dúvidas, um ponto a favor.

Outra coisa boa é que a história continua bem situada no momento em que agora é escrita. Depois de referências às fanfics e Harry Potter e as Relíquias da morte, agora foi a vez de Taylor Swift. Desse modo, a cultura pop só soma ao enredo e ver os personagens falando de uma maneira apropriada à idade deles só torna a experiência mais agradável.

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No quarto volume, a  Ms. Marvel finalmente considera a hipótese de ser quem é, em vez de se metamorfosear para agradar os outros e, em alguma parcela, até mesmo a si própria. É surgida também a ideia de ter o próprio uniforme e suas habilidade de diminuir, encolher e esticar estão, ao que parece, já dominadas.

É o encaminhamento natural para a maturidade da história, que é o que eu realmente espero, aliás.

Considero o embate da edição anterior mais crível e justificado. Embora a resolução deste, que só acontece no volume 4, seja apelativa para o lado cômico. Quanto ao problema dessa edição (que também não foi concluída!), me pareceu muito intempestivo. Poderia ter passado sem, uma vez que foi completamente irracional a atitude da personagem e o motivo, apesar de compreensível, foi um tanto confuso.

Ainda acho que há um problema de coesão no episódio. Ou isso ou a tradução precisa ser revista. De qualquer modo, vamos à frente.

P.S.: 3 estrelas

Resenha: Ms. Marvel #1 e #2

Bom, antes de mais nada eu devo dizer que não só um fã Marvel e também não me considero um conhecedor nato do assunto.

Basicamente, tudo o que vou falar a respeito da minha leitura é me atentando ao que eu li nos volumes 1 e 2 dessa nova série. Ok, eu fiz uma pesquisa rasteira e se entendi bem, esse nova história começou a ser publicada no ano passado (em fevereiro), o que é um absoluto alívio, porque se eu for mesmo acompanhar até o fim ainda está em tempo de recuperar o tempo perdido sem a necessidade de maratonas excruciantes.

Bom, se eu gostei? Sim, foi uma boa experiência. E quanto a isso eu falo pelos dois volumes.

No volume 1, temos uma apresentação básica sobre Kamala Khan. Ela é de origem paquistanesa – o que gerou uma expectativa, por ser uma heroína muçulmana e tal… – e possui um enredo familiar bastante particular, até condizente, eu diria. Já deu para entender o círculo de amigos, como eles se relacionam com o núcleo familiar e a cultura dela, e, principalmente, como a própria adolescente se relaciona com isso.

Eu acredito, no entanto, que embora possua plots interessantes, a história não conseguiu fugir do clichê. Por exemplo, a situação da adolescente enclausurada (porque seus pais têm visões diferentes dos demais) que foge para ir à uma festa provoca uma situação de déjà vu. Sério, isso é clichê DE-MAIS! Fora que o andamento do enredo me pareceu corrido e a forma como ela “adquire” poderes é essencialmente bizarra. Eu, particularmente, me senti estranho e posto à prova, mesmo tendo selado o compromisso óbvio de compreender que se trata de ficção.

Não sei, achei uma solução fácil demais, quase descuidada e sem criatividade. Talvez protelar o acontecimento com um pouco mais de cuidado não fosse assim uma má ideia. Ou então que todo o volume fosse só sobre isso e então voltássemos no tempo para entender como aconteceu…

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Quanto ao segundo volume, devo dizer, os incômodos foram basicamente os mesmos. A diferença estava, no entanto, relacionado ao primeiro grande feito da Ms. Marvel. Enfim, foi bizarro e zero emocionante. Mas há, nisso, um perdão involuntário, pois estava óbvio que a personagem ainda precisava se adaptar.

Me incomodaria mais se ela já soubesse o que fazer e como fazer. Mas não me incomodaria tanto se o salvamento fosse direcionado a outra pessoa ou talvez numa situação menos boba, porque foi essa a sensação que eu tive. Qualquer um poderia fazer aquilo!

Como pontos positivos – porque, afinal, eu disse ter gostado! 🙂 – destaco o relacionamento da personagem consigo mesma. Tudo o que Kamala queria era ser como sua ídola. E ao conseguir, fica claro, para nós, que a realização de seu sonho não é tão ‘maravilhosa’, assim. Pelo contrário, as botas pinicam, o cabelo empata sua visão, o maiô não a deixa confortável. Achei, isso, perfeito.

Era algo que tinha me incomodado, afinal. Se Kamala é morena de olhos escuros, o mais justo é que ela continuasse assim quando se transformasse. Porque, afinal, a transformação de todo herói apenas lhe dá uma identidade secreta e não novas características extremas às suas.

Deu para sentir, acredito, que a Ms. Marvel dessa HQ não será como a antiga: linda e loira. Não faz sentido! Se a questão toda era ter uma heroína muçulmana, então que ela continue sendo uma. Ponto! Parece, inclusive, que a coleção vai tocar em diferentes pontos da aceitação e autoafirmação feminina. Foi o que pareceu, na verdade!

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De todo modo, gostei desses volumes com a esperança (como condição, mesmo) de que eles evoluam para situações mais maduras e enredos menos fracos.

É isso!

P.S.: 3 estrelas