Resenha: A mulher silenciosa, A.S.A Harrison

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Classificação: 2 estrelas

Páginas: 254

Editora: Intrínseca

Tema: casamento, drama, tragédia

Link: Submarino

Se existe um caso de marketing malsucedido isso acontece nesse livro!

A primeira e segunda páginas são bombardeadas de trechos de resenhas super positivas que até se atrevem a comparar a obra que estamos prestes a ler com Garota Exemplar, da Gillian Flynn.

Eis o problema! Garota Exemplar é muito bom e infinitamente superior a esse livro. >.<

Aqui temos a história de Jodi e Todd, um casal de meia idade com uma vida confortável num bom apartamento, um afável cachorro e uma rotina já bem estabelecida e bem encaixada no padrão de vida de ambos.

O problema real se dá quando Todd, um autêntico infiel assim reconhecido pela esposa, se envolve num “problema” além das expectativas de ambos. É quando Jodi, a esposa compreensiva e comedida percebe que suas vingancinhas bobas de sempre não são capazes de sanar a nova mágoa.

É aí que o livro supostamente deveria ser “viciante”, “para ser lido de uma vez” e “afiado e psicologicamente intrincado”! Os trechos de conceituadas resenhas elevam o conteúdo dessa obra de A.S.A Harrison à máxima potência, mas o que nos é entregue não é nada tão sofisticado.

Na verdade Jodi não é uma personagem tal qual nos parece ser e o plano final não é nada senão previsível. Enfim, o livro tem uma narrativa ágil e competente, mas é a expectativa sobre ele que estraga o resultado final. A história simplesmente não é tão original! Parece tirada de um jornal e acrescida de derretidos elogios. Ponto!

Melhor citação: (p.29)

“Os outros não estão aqui para satisfazer as nossas necessidades ou expectativas, e nem sempre nos tratarão bem. Não aceitar isso é ver surgir sentimentos de raiva e rancor. A paz de espírito vem quando aceitamos as pessoas como elas são, enfatizando seu lado positivo.”

 

Resenha: Fazendo meu filme 1, Paula Pimenta

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Classificação: 4 estrelas

Páginas: 331

Editora: Gutenberg

Tema: adolescência, amor, cinema

Link: Submarino

Sempre fui curioso sobre o hype desse livro. As adolescentes amam e, claro, por ser um livro nacional com êxito tão esplêndido eu precisava entender o porquê.

Bom, é fácil entender. O que Paula Pimenta entrega para seus leitores é uma história facilmente assimilada, com uma personagem tão real quanto carismática. Estefânia Belluz (a Fani) é uma menina de dezesseis anos que mora em Minas Gerais e se comporta exatamente como qualquer adolescente brasileira – ou quase isso.

A personagem é cinéfila, o que é uma entrega interessante no que se refere à estilização de personagem (sobretudo na introdução de cada capítulo e seus trechos que funcionam como prévia), mas há elementos muito enriquecedores que funcionariam bem para a empatia com a “heroína”. Os bilhetes em sala, as cartas, o chat e até mesmo a caligrafia da personagem contribuem para o êxito e a credibilidade de Fani.

Em meio a isso tem o grupo de amigos e, claro, o melhor amigo que, de cara, a gente saca que está apaixonado pela garota. Como também é de se esperar, ela ainda não se deu conta disso. O que demora a acontecer, devo dizer.

Se há um problema entre as qualidades desse livro (que, sim, é bem escrito, tem alguns personagens esféricos e diverte) é o clichê. Há vários deles, aqui. E não só o melhor amigo apaixonado pela garota bem diante de nossos olhos! Tem também a paixão adolescente pelo professor, o mal entendido que demora a ser desfeito, enfim…

Não se trata da trama mais original do mundo, até porque ele tem cor e cara de filme de comédia romântica. E isso, por si só, já me evoca certos clichês. É a mesma coisa dos filmes de terror e seus protagonistas destemidos, sabe? Não tem muito como fugir.

Outra consideração a esse respeito é entender que eu não sou o público-alvo desse livro! O que não me impediu de gostar, na verdade. Só me impede de dar cinco estrelas! 😉 Mas vale à pena.

Melhor citação: (p.331)

“Hoje eu sei que nenhum filme é melhor do que a própria vida.”

Resenha: Pequenas grandes mentiras, Liane Moriarty

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Classificação: 2 estrelas

Páginas: 397 (84 capítulos)

Editora: Intrínseca

Tema: mentira, segredo, abuso

Link: Livraria Cultura

Quando penso nesse livro, imagino que a autora quis fazer algo semelhante ao seu antecessor (ou seria sucessor?) – e BOM – O segredo do meu marido.

Bom, não funcionou. Tanto faz, na verdade, qual livro ela escreveu primeiro. O que conta é a aparente falta de criatividade. De novo há capítulos alternados sob a visão de três personagens femininas que, ao fim, têm suas vidas bifurcadas por algo do passado.

O problema com esse livro não é a estrutura que tão bem funcionou no outro livro. De modo algum! Eu identifiquei a semelhança, mas não me coloquei em posição de ataque quanto a isso. Pelo contrário. Eu estava bastante receptivo com Celeste, Jane e Madeline e seus respectivos núcleos.

A questão aqui é ter errado a mão no suspense. A autora trabalha com clichês que, sim, são facilmente perceptíveis. O segredo de Jane foi logo desvendado por mim e o drama final também não fora difícil de prever – especialmente a conexão dos personagens.

Num livro que se orienta a partir do mistério dos dias antes de determinado evento (o clímax), ter esse enredo descoberto pelo leitor é um golpe de má sorte. Caso a autora quisesse trabalhar isso de forma competente, saberia que o último jeito de conseguir êxito seria trabalhar com clichês e personagens caricatos. Sério, minha má vontade com esse livro é tamanha só ao lembrar do “grande evento” e seu desenrolar lento e piegas.

Não recomendo. Passei dois meses para ler o livro e, não fosse o começo decente e a descrição do final razoável, teria demorado o dobro. Talvez, por isso, as duas estrelas. Por isso pela inovação narrativa de colocar trechos de conversas alheias, demonstrando ainda mais pontos de vistas num livro onde já tínhamos três.

P.S: melhor citação (xx)

“zzzzzz”

Resenha: Eleanor & Park, Rainbow Rowell

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Classificação: 4 estrelas

Páginas: 325 (58 capítulos)

Editora: Novo Século

Tema: amor, drama, bullying, aceitação

Link: Saraiva

Sem dúvidas o livro mais fofo que eu li. Não há outra palavra. Enquanto lia e Eleanor & Park iam se aproximando do romance que de fato esperávamos desde o príncipio, o único adjetivo com que eu podia descrevê-los era esse.

Com a premissa um tanto básica de mostrar as vidas dos protagonistas, a autora consegue de forma eficiente fazer com que o leitor torça por ambos. Park é um decendente oriental que pratica luta marcial por influência do pai e tenta aprender a dirigir um carro sem câmbio automático pelo mesmo motivo. No fundo ele é uma amante de boa música e quadrinhos, o que acaba, depois, se tornando um ponto em comum com Eleanor.

Ela, uma ruivona com trajes esquisitos e uma compleição incomum nada mais é do que a filha mais velha de uma família completamente desestruturada e sem condições. Eleanor nao tem dinheiro para roupas melhores, um telefone ou um walkman.

Sim, a história é ambientada nos anos 90 e tem capítulos muito curtos com perspectivas alternadas, o que é bem dinâmico. Tudo nesse livro é datado, mas extremamente relembrável. Esse livro tem um gosto e um sabor bem específicos, e é um dos pontos favoráveis.

Como desfavorável, destaco a repetição de modismos. No miolo do livro, aquele ritmo abrasador que nos enerva a continuar esfria um pouco. A trama não apresenta novidades. Sempre fico com a sensação de que esses livros seriam perfeitos se tivessem menos páginas. Seria mais digno com o leitor, acredito.

Se a história é simples, dar ar de complexo a ela com páginas em demasia só cansa. Passei pelo mesmo deserto quando lia ‘Ana e o beijo francês’, que também começa muito bem e cansa lá pelo quase-final. De todo modo, a leitura é mais que recomendável!

P.S: melhor citação (p.312)

“A gente acha que abraçar uma pessoa com força vai trazê-la mais para perto. Pensamos que, se a abraçarmos com muita força, vamos senti-la, incorporada em nós, quando tivermos longe.”

Resenha: O exorcista, William Peter Blatty

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Classificação: 3 estrelas

Páginas: 331 (4 partes)

Editora: Agir

Tema: demônios, psicologia, medicina, drama, fé

Link: Saraiva

Bom, eis o mito. Ler esse livro implicou em mim a necessidade de conhecer tanto a clássica história imortalizada pelo cinema quanto conhecer os aspectos técnicos de um livro de horror.

Como sempre hesitara em ver o filme – só depois de ler esse livro foi que tive coragem -, conhecer os aspectos da possesão de Regan McNeil foi bastante interessante. Lindo em dois dias de um fluxo contínuo, devo ser bastante explícito quanto ao aspecto da obra: não considero horror, mas ficção bem escrita.

Isto é, não sei em que categoria classificar o livro. Talvez drama caiba bem, não sei. Fato é que a história menos se trata sobre assustar o expectador com um demônio\personagem e mais sobre contar como esse mesmo personagem se instalou naquele enredo familiar e principalmente como as pessoas em volta lidam com isso.

O ritmo do livro é fluido, ainda que bem detalhado. Leva certo tempo até o demônio fazer suas maiores atrocidades com a menina – se masturbar com o crucifixo, por exemplo -, mas os sinais estão ali desde o começo em que os móveis mudam de lugar e os barulhos estranhos podem ser ouvidos.

Há, então, uma grande saga que envolve fé e ateísmo, medicina e religião, razão e sobrenatural. O livro – e mesmo o filme! – é mais sobre isso do que o simples horror da possessão. Essa história é menos sobre o que achei que fosse e mais sobre o questionamento da fé e os mistérios que há entre o céu e a terra.

Considero o livro bem escrito e memorável, mas não nada demais. Assim como o filme, que me provocou risadas, acredite. E pensar que o superestimei em demasia… e por tanto tempo :\

P.S: melhor citação (p.52-53)

“- Mãe, por que as pessoas têm que morrer?

[…]

– Querida, as pessoas se cansam – disse ela, delicadamente.”

Resenha: A menina que roubava livros, Mark Zusak

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Classificação: 5 estrelas

Páginas: 478

Editora: Intríseca

Tema: vida, morte,

Link: Saraiva

Que livro aterrador! Quando penso num livro que, “completo”, contenha todas as funções de linguagem possíveis (da metalinguística à poética), inevitavelmente esbarro nessa obra.

E tropeço nela. E nela me enrolo, me deito, abraço. Como eu amo esse livro! Não é o melhor que eu já li, não. Nem é o livro que eu mais amo no mundo. Mas é de uma humanidade que me toca sempre que eu lembro e assim sempre vai ser, eu sinto. Entrou na minha memória afetiva, e assim sendo não posso ser imparcial.

O livro trata da história de Liesel Meminger, contada pela Morte, no período da Segunda Guerra Mundial. Um dos pontos à favor nesse enredo é que a menina não é uma judia, como se poderia prever (como eu previa). Não! Liesel é alemã e nem por isso as coisas são menos densas em sua trama.

Acho extremamente inteligente as divisões em partes, os subtítulos, os capítulos, as listas. É, no começo uma bagunça dada à novidade, mas aos poucos o leitor se encontra e vê, naquilo, uma organização tal qual foi feita para ser. Outra coisa que me cativa também são os cortes dados na história, que a salvam duma sequência muito metódica mas nem sempre a livram de uma leitura arrastada.

O melhor, considero, é entrar na história sabendo pouco. Ou quase nada, como eu sabia. Saber que a morte é narradora e a menina é alemã já é mais que suficiente! O bom mesmo é ter a experiência sensorial de se envolver com os personagens tal qual eles se apresentam.

O triunfo do livro não é a história. Creio que, sim, os personagens. A morte e a menina, seus pais e o menino, o moço e os livros que ela rouba. Tudo é um painel bem pintado! Ao fim você percebe que mesmo os coadjuvantes pintados em tinta opaca ao fundo da tela formam a grandeza da cena.

E aliás, por falar em cena. Neste livro reside uma das pinceladas mais vívidas e lindas que eu já li. Perto do fim, eu estava rendido e em público pranto, sem vergonha. Foi a realização de um sonho! Ter chorado em local público através de um livro.

Sem mais, não quero entusiasmar e encher de expectativas quem antes ler essa resenha. Apenas quero que leia. E que sinta a partir deste livro o que quer de mais autêntico possa vir. Apenas…

P.S.: Melhor citação (p.306)
“Deus.
Sempre pronuncio esse nome, ao pensar naquilo.
Deus.
Duas vezes, eu repito.
Digo o nome Dele na vã tentativa de compreender. “Mas não é sua função compreender.” Essa sou eu respondendo. Deus nunca diz nada. Você acha que é a única pessoa a quem Ele nunca responde? […]”

Resenha: Carrie – a estranha, Stephen King

Bom, o que falar deste clássico de um dos maiores autores do horror literário mundial? Muito, acreditem. Há muito que dizer. Esta, que foi a primeira obra de Stephen, é um apanhado de qualidades salientáveis… e alguns defeitos também, inegavelmente.

Em resumo o livro é brilhante, misterioso, frustrante e previsível. Eu sei que os dois últimos adjetivos não são exatamente bons, mas é igualmente certo que eles não alteram a qualidade da obra. Afinal é Stephen King! O mestre de tantas obras que já foram adaptadas para o cinema como ‘O iluminado’, ‘À espera de um milagre’ e até mesmo a própria ‘Carrie’. Quem assiste SBT bem sabe que é verdade; volta e meia o filme passa por lá.

Mas sobre a obra me empenho em dizer o quanto é, desde o início, regada a mistério. Não mistério do tipo angustiante ou coisa do tipo, mas um mistério parcialmente revelado e parcialmente oculto. A verdade é que sim, o livro é bem previsível. E não pelo enredo ou sinopse, mas pelas próprias páginas introdutórias.

De um jeito não muito preocupado você sabe quem fica vivo no final, quem resiste e quem morre. O que você não sabe é como tal pessoa morre ou o porquê fica vivo, é esse o verdadeiro motivo que te faz virar as páginas com real interesse. Me surpreendi com alguns fatos, o que prova a qualidade da obra ao fim de tudo.

Outra coisa que reafirma a qualidade é a narração recheada de “aliados”. Existe no livro um apanhado de documentos que se misturam a narração comum. Coisas como trechos de cartas, de livro acadêmico, biografia, jornais, depoimentos, entrevistas e mais uma infinidade de outros tipos textuais. E não é nada cansativo ou forçado como se supõe ser. No começo é até estranho, mas aí tudo fica tão natural quanto água num rio. Somos privilegiados também com diferentes perspectivas de um mesmo fato, pensamentos inesperados dos personagens, equívocos (propositais) de escrita e escuta. Enfim, nesse quesito o livro é brilhante.

Mas aí chega o momento de ser frustrado. A frustração é rápida e acontece num momento em que o autor parece querer lhe dar esperanças apesar do tormento esperado. É quase como querer provocar em nós o pensamento de que tudo pode mudar. Mas não muda. O enredo é bem firme! Se propõe a fazer aquilo que sugere.

No entanto as poucas mudanças que há são bem sutis. A última delas é, inclusive, perfeita! Deixa a pulga atrás da orelha.

‘Carrie, a estranha’ é recomendável: pra quem se interessa por jornalismo e os diferentes tipos de narração; pra quem gosta da velha e boa história da garota feia que é humilhada mais resplandece e se vinga, pra quem também gosta de um suspense literário um tanto cru e, é claro, pra quem curte o tão renomado gênero sobrenatural.

De todo modo saiba: não dá medo. Medo é ler, e não gostar (nem um pouquinho).

P.S. 4 estrelas

Resenha: O segredo de Emma Corrigan, Sophie Kinsella

A temática dos segredos é sempre cativante. E estes aqui são, ainda, bem especiais.

Os segredos – isso mesmo, no plural, – de Emma não são nada absolutamente incriminadores. São segredos pessoais. Segredos vexatórios que todo mundo, querendo ou não, tem. Não é que as circunstâncias colocam a protagonista numa situação nada confortável?

As coisas para ela não dão certo desde o começo. E ficam piores depois que parecem melhores. O livro é todo sorriso, sabe? Não daqueles que gera gargalhada, mas que deixa um sorriso permanente olhando para as páginas. E nem é por coisinhas fofas e bonitinhas (que tem, é claro), mas pela situação e pela própria Emma, inclusive.

Os altos e baixos do livro são mesmo com relação à vida da protagonista e não com relação à leitura. Imagino como ainda não se tornou filme, porque é bem o estilo. Tem romantismo, tem erro, acerto, dúvida, graça. Tudo isso que é obrigatório nesses livros! E tem mais de uma história. É meio enxertado por historinhas paralelas, porque afinal os outros personagens também têm vida. Talvez o bom moço do livro seja um idiota de muitas formas, mas é fácil perdoá-lo no fim das contas… (E isso se deve à Emma Corrigan, porque lendo o livro você se torna uma pessoa próxima que quer vê-la feliz sabe. E se a felicidade dela é com ele… #queseja!)

O segredo de Emma Corrigan é recomendável para: mulheres independentes à procura, homens sem preconceito, amantes de histórias light, curiosos sobre os segredos alheios.

Divirta-se fazendo uma nova amizade de fim de semana, mas saiba guardar segredos, por favor. Não tem nada pior do que vê-los espalhados por aí…

P.S.: 3 estrelas

Resenha: Sussurro, Becca Fitzpatrick

De muitos jeitos esse é um livro que remete ao famoso Crepúsculo. As aulas de biologia, a garota de dezesseis anos, o cara misterioso, um segredo a ser descoberto… Opa! Mas as coincidências param nas coincidências.

Não é como se o carismático ‘Sussurro” se apoiasse num estilo consagrado para respirar. Este livro tem pulmões próprios e respira muitíssimo bem, conforme eu avalio. É claro que essa comparação esbarra num problema sério: o livro contem problemas de respiração e sabe deixar sem fôlego nas horas essenciais.

Existe mais de uma situação conflitante no livro e coisas que pareciam sem sentido ou desconexas acabam tecidas de um jeito muito bem amarrado. As perguntas? São respondidas com deveriam e, é claro, suscitam outras para o próximo volume. Becca parece ter feito um dever de casa muito bem feito. A protagonista Nora é especialmente carismática e seu parceiro, o Patch, merece todo o alvoroço que se faz em cima de seu nome singular. O cara é quem consegue, sozinho, segurar o humor, boa parte da tensão e, de quebra, aquele velho romance que ninguém tem coragem de dispensar.

Claro que os pontos contras não poderiam se anular de mais essa obra que eu recomendo de olhos fechados e abertos. Por exemplo, a coragem inconsciente de Nora desce fácil, mas não tanto se você mastigar bem o que costuma digerir. Outra coisa, aliás, que não deixo de notar é o sumiço clássico de uma personagem que não deveria ter sumido… Por que isso é fácil de acontecer?!

Do resto, nada tenho a acrescentar. Se você quiser ter uma idéia de como é Sussurro experimente confiar que: é como se fosse a saga de Meyer transformada em mais ágil, com criaturas com muito mais a oferecer, mitologia e poderes muito mais interessantes, mocinha muito mais digerível, um verdadeiro bad boy e – não menos importante – um enredo mais classudo. Becca não poupa argumentos para outras séries neste volume! Pode acreditar!

Sussurro é recomendável para: apreciadores de mitologias criadas, amantes de fantasia madura em geral, enfadados e também àqueles que amam uma história de amor não imediata, excitante e bem construída.

Se acaso gritos desesperados não resolvem seu tédio, tente um sussurro.

P.S.: 3 estrelas

Resenha – Maldosas, Sara Shepard

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Esse é um livro com uma premissa muito interessante e nem tanto original assim. A própria orelha deixa claro que essa é uma mistura de Gossip Girl com Desperate Housewives. Mas se você quer saber se eu acho que há conexões, inspirações ou qualquer coisa do tipo eu já adianto: não.

O livro tem certas essências que lembram outras obras, mas isso não incomoda. Afinal é bem difícil, depois de séculos de produções literárias, alguém arriscar fazer algo 100% original.

Passada essa coisa com apresentações vem à parte mais importante dessa resenha: o livro incomoda. Não por ser uma trama forte, surreal, nem nada disso. A meu ver o livro incomoda por fazer excesso de propaganda com coisas simplesmente desnecessárias. É sério, dá vontade de ler jogando várias marcas no Google só pra sacar a importância daquilo tudo, mas quer saber?… quer saber mesmo? Não há. Não há nenhuma importância em saber a marca do brilho labial, da cueca, dos doces. Isso só deixa o livro mais pop, cheio de referências à moda e tudo mais. E como não faço da moda uma espécie de cartilha… foi simplesmente meio chato.

Acho válido dizer que tal personagem escolheu uma coca aqui, que usou um Dior na festa tal, que prefere M&Ms a qualquer outra coisa, mas transformar o livro inteiro em uma espécie de propaganda-não-sutil-nem-subliminar é demais.

De resto o livro flui bem e a narrativa em terceira pessoa – alternada nas quatro protagonistas – meio que nos faz esquecer os incômodos do merchandising. Existem coisas maiores e melhores com que se preocupar: Quem é A? Como sabe de tudo? Quais as chances das coisas acabarem bem? O que, afinal, é a coisa com Jenna?

As protagonistas são um caso à parte. Cada uma é muito bem construída à sua maneira. Particularmente gosto da história que move os atos de Hanna e Spencer, mas como favoritas fico mesmo com Aria e… adivinhem?! Spencer de novo! Os segredos é que são meio fraquinhos. Não todos, é claro, mas especialmente os de Aria e Hanna. Em si não são fracos, mas para algo envolvendo esse livro podiam ser coisas como “engravidei do meu padrasto porque quis e abortei depois” ou “esfaqueei o gato da família treze vezes e usei o sangue pra fazer um pacto”.

Sei lá, eu acho que para o terror que A pretende tocar… deviam ser coisas do tipo que causa até desconforto e vergonha no leitor. E outra coisa que não gosto é em como monta-se certo glamour nas bebidas alcoólicas e em como a maconha muitas vezes é citada como pirulito. Não gosto dessa banalização, mas também não espero um discurso do tipo MALHAÇÃO. (Talvez essa coisa normalizada com maconha seja algo cultural nos EUA. Gossip Girl me faz pensar seriamente que sim. Não sei…)

Recomendo Maldosas para: quem gosta de segredos, de merchandising, de investigar suspeitos e, enfim, de tramas familiares complexas e tudo mais!

Não será maldade com seu tempo ler esse livro! Com verdade – A (rsrs)


P.S.: 3 estrelas