Resenha: A mulher silenciosa, A.S.A Harrison

SAMSUNG CAMERA PICTURES

Classificação: 2 estrelas

Páginas: 254

Editora: Intrínseca

Tema: casamento, drama, tragédia

Link: Submarino

Se existe um caso de marketing malsucedido isso acontece nesse livro!

A primeira e segunda páginas são bombardeadas de trechos de resenhas super positivas que até se atrevem a comparar a obra que estamos prestes a ler com Garota Exemplar, da Gillian Flynn.

Eis o problema! Garota Exemplar é muito bom e infinitamente superior a esse livro. >.<

Aqui temos a história de Jodi e Todd, um casal de meia idade com uma vida confortável num bom apartamento, um afável cachorro e uma rotina já bem estabelecida e bem encaixada no padrão de vida de ambos.

O problema real se dá quando Todd, um autêntico infiel assim reconhecido pela esposa, se envolve num “problema” além das expectativas de ambos. É quando Jodi, a esposa compreensiva e comedida percebe que suas vingancinhas bobas de sempre não são capazes de sanar a nova mágoa.

É aí que o livro supostamente deveria ser “viciante”, “para ser lido de uma vez” e “afiado e psicologicamente intrincado”! Os trechos de conceituadas resenhas elevam o conteúdo dessa obra de A.S.A Harrison à máxima potência, mas o que nos é entregue não é nada tão sofisticado.

Na verdade Jodi não é uma personagem tal qual nos parece ser e o plano final não é nada senão previsível. Enfim, o livro tem uma narrativa ágil e competente, mas é a expectativa sobre ele que estraga o resultado final. A história simplesmente não é tão original! Parece tirada de um jornal e acrescida de derretidos elogios. Ponto!

Melhor citação: (p.29)

“Os outros não estão aqui para satisfazer as nossas necessidades ou expectativas, e nem sempre nos tratarão bem. Não aceitar isso é ver surgir sentimentos de raiva e rancor. A paz de espírito vem quando aceitamos as pessoas como elas são, enfatizando seu lado positivo.”

 

Resenha: Pequenas grandes mentiras, Liane Moriarty

SAMSUNG CAMERA PICTURES

Classificação: 2 estrelas

Páginas: 397 (84 capítulos)

Editora: Intrínseca

Tema: mentira, segredo, abuso

Link: Livraria Cultura

Quando penso nesse livro, imagino que a autora quis fazer algo semelhante ao seu antecessor (ou seria sucessor?) – e BOM – O segredo do meu marido.

Bom, não funcionou. Tanto faz, na verdade, qual livro ela escreveu primeiro. O que conta é a aparente falta de criatividade. De novo há capítulos alternados sob a visão de três personagens femininas que, ao fim, têm suas vidas bifurcadas por algo do passado.

O problema com esse livro não é a estrutura que tão bem funcionou no outro livro. De modo algum! Eu identifiquei a semelhança, mas não me coloquei em posição de ataque quanto a isso. Pelo contrário. Eu estava bastante receptivo com Celeste, Jane e Madeline e seus respectivos núcleos.

A questão aqui é ter errado a mão no suspense. A autora trabalha com clichês que, sim, são facilmente perceptíveis. O segredo de Jane foi logo desvendado por mim e o drama final também não fora difícil de prever – especialmente a conexão dos personagens.

Num livro que se orienta a partir do mistério dos dias antes de determinado evento (o clímax), ter esse enredo descoberto pelo leitor é um golpe de má sorte. Caso a autora quisesse trabalhar isso de forma competente, saberia que o último jeito de conseguir êxito seria trabalhar com clichês e personagens caricatos. Sério, minha má vontade com esse livro é tamanha só ao lembrar do “grande evento” e seu desenrolar lento e piegas.

Não recomendo. Passei dois meses para ler o livro e, não fosse o começo decente e a descrição do final razoável, teria demorado o dobro. Talvez, por isso, as duas estrelas. Por isso pela inovação narrativa de colocar trechos de conversas alheias, demonstrando ainda mais pontos de vistas num livro onde já tínhamos três.

P.S: melhor citação (xx)

“zzzzzz”

Resenha: As virgens suicidas,Jeffrey Eugenides

SAMSUNG CAMERA PICTURES

Classificação: 2 estrelas
Páginas: 231 (5 capítulos)
Editora: Companhia das letras
Tema: suicídio, juventude, fanatismo religioso
Link: Submarino

Sério, eu queria muito ter amado esse livro. Eu levei anos para finalmente comprá-lo depois de tanto querê-lo.

…e levei muito tempo, também, para terminar depois de ter começado. :/
Sim, eu arrastei essa leitura por motivos que – acho – apenas para mim são óbvios: é difícil ter empatia pelas personagens (qualquer uma), os capítulos são enormes, o(s) narrador(es) incerto(s) me incomoda, a leitura é pouco fluida.

Claro, pode ter sido só a época em que eu li. Fato é que eu darei uma segunda chance a esse livro porque até eu acredito que o problema em não ter gostado esteja, de fato, em mim.

Tenho uma verdadeira apreciação por histórias pesadas como essa, mas na trama das irmãs Lisbon – Mary, Cecilia, Lux, Therese e Bonnie – o que mais me incomoda é um motivo. Quer dizer, digo um motivo explícito. Sinto as coisas muito em aberto nesse livro! A trama familiar está lá, como um pano de fundo gritante e desconcertante, entretanto os desarranjos familiares me convencem pouco. Sei lá, eu gostaria de, ao menos, depois de ter lido tanto sobre as personagens, entender melhor cada uma delas e seus vazios, e suas angústias, e seus motivos, e principalmente suas obsessões como a morte.

Porque sinto que tudo estava estabelecido. Elas queriam morrer e pronto, independente de qualquer mudança no curso, enfim… como um pacto que deveria ser cumprido independente de qualquer coisa.

Talvez eu devesse ter lido numa época em que eu estivesse menos… não sei. Eu só queria respostas. Respostas, essas, que os narradores não nos pode dar. Daqui um tempo isso deverá me incomodar menos.

P.S.: melhor citação (p.11)
“[…] ‘O que você está fazendo aqui, meu bem? Você nem tem idade para saber o quanto a vida pode se tornar ruim.’
E foi então que Cecilia forneceu oralmente aquilo que seria sua única forma de bilhete de suicídio, e ainda por cima um bilhete inútil, porque ela sobreviveria: ‘É óbvio, doutor”, ela disse, “você nunca foi uma menina de treze anos.’”

Resenha – A última música, Nicholas Sparks

Não é do Sparks? É, e poderia ser de qualquer outro. Na verdade persigo e prossigo procurando brilhantismo e emoções desmedidas.
Esse é um livro mediano decrescendo para algo abaixo disso. É como eu o vejo. Talvez seja Ronie com seu jeito não muito agradável no começo. Ou talvez seja Will apático como só ele!

Não sei não, viu. Eu realmente acredito em redenção e mudança, mas Ronie… Bom, Ronie me convenceu, nada aconteceu de uma hora para a outra nem nada disso, mas não foi o suficiente. O fato de eu acreditar que ela pode ter mudado de infantil-chata para outra coisa não faz com que eu exatamente goste dessa outra coisa. É certo que na transição ela se tornou doce e meiga, mas me parece que talvez a sua personalidade não seja suficiente para eu dizer que sei quem é Ronie.

Nem mesmo Bella, com sua aceitação e devoção, me causou incômodo. Mas essa garota do Sparks simplesmente não foi concebida para ser uma romanticazinha incondicional. Ela foi concebida para ser rebelde, mandona, sensível, complicada e mais um monte de coisa que não me causa nenhuma impressão além da primeira que tive. Esse é o problema! E o romance também não empolga, não faz suspirar, não faz sorrir. Na verdade até faz, mas numa escala bem pequena e a vontade de ver tudo correndo para algo mais empolgante é bem maior. MAIOR.

Demorei a perceber que, talvez, a relação principal fosse entre pai e filha, perdão, recomeço. Mas igualmente não me tocou como julguei que devesse. A questão é que falam tanto do Nicholas que eu achava que as obras dele fizessem com que fôssemos os personagens ou, no mínimo, muito próximo a eles. Foi impossível me sentir de qualquer uma das formas. A narração do autor é competente no aspecto técnico, mas em se tratando de emoção… achei que faltou.

Até hoje espero as lágrimas que supostamente deviam descer. De todo modo, a história vale as páginas, só não corresponde expectativas que se criaram em torno do autor. Talvez seja esse livro… de toda forma amaldiçoo essas expectativas. Posso?

A última música é recomendável para: quem curte histórias sobre recomeço, quem não se importa de ver algum personagem principal morrer no clímax, quem não nutra expectativas, quem já conhece o Sparks (?).

Ouça essa última música. Se dê essa chance, quem sabe não seja a última?

P.S.: 2 estrelas

Resenha – P.S. Eu te amo, Cecelia Ahern

downloadAntes de qualquer coisa é importante reconhecer. O livro tem uma proposta autêntica e trabalha sobre certos pontos bastante originais!

Poderia render um ótimo livro…

Mas infelizmente não rendeu.

Reconheço que o livro não é ruim, de jeito algum. Mas também não sou uma crítica em absoluto por dizer que ele não é tão bom quanto deveria. Aliás, todo livro deveria ser muito bom. Eu sempre espero que seja, mas com P.S Eu te amo simplesmente não deu e provavelmente nunca dará.

A obra tem passagens louváveis e, como já falei, bastante originais. A premissa de uma viúva que recebe cartões póstumos de seu amado e falecido marido poderia render um enredo divertido, sagaz e igualmente original. Mas não é bem o que acontece.

Primeiro porque Holly tem uma semi-vida que só se transforma lá pelo final do livro, quando ela finalmente recebe “ordens” pra parar de vegetar. Segundo porque muitos dos cartões deixados por Gerry expressam coisas muito sem-graça (ao menos para minha expectativa). Sempre esperava que a cada novo cartão houvesse especificações de coisas pra fazer o mês inteiro ou até mesmo aventuras sensatas que levariam Holly a um caminho chamado superação e felicidade, porém há algumas coisas muito bobas e que comprometem o ritmo do romance.

A protagonista tem momentos de oscilações até o fim e chora em muitas páginas, e isso é entendível, porém não é exatamente o esperado.
Como momentos bons destaco o final bastante surpreendente. Achei que seria algo clichê e me surpreendi! O epílogo é realmente ótimo. Bem como o começo do livro. O meio é que compromete um pouco. Como eu disse, as coisas podiam ser melhores se os cartões também fossem.

P.S eu te amo é recomendável para: quem perdeu alguém muito amado, quem não tenha muita expectativas sobre o livro, quem não espera grandes lições de vida e, por fim, para quem gosta de uma água com açúcar mais parecida com soro caseiro (pela quantidade de lágrimas salgadas derramadas, não suas, mas da personagem).

Não espere molhar as páginas ou se sentir uma nova pessoa. Esse é o caminho pra amar o livro mais do que eu!!


P.S.: 2 estrelas